Elmano Irá Retirar Mausoléu do Marechal Castelo Branco do Palácio da Abolição

 

Recentemente foi informado pelos veículos de comunicações regionais e nacionais, que o Mausoléu do Marechal Castelo Branco dará espaço a um monumento em homenagem aos abolicionistas e por aqueles que "lutaram pela democracia", como disse o atual Governador do Estado do Ceará, Elmano de Freitas, do Partido dos Trabalhadores.

Elmano enfatizou da seguinte forma: "Existe um projeto a ser executado, minha vontade é que dia 11 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos, tragamos para cá Dragão do Mar. Porque se é para trazer alguém, que tragamos para cá Dragão do Mar e outros abolicionistas. Aqueles que lutaram pela democracia". 

A partir de tal fala do atual governador, vamos analisar em partes e de forma equilibrada. Homenagear os abolicionistas e aqueles que lutaram pela democracia é necessário? Claro, sem duvidas disso! Devemos fortalecer cada vez mais o culto e o estudo de nossa história regional e nacional. Erguer monumentos e escrever livros sobre os nossos abolicionistas e por aqueles que REALMENTE lutaram pela VERDADEIRA democracia, é fundamental para a permanência de preservação de nossos maiores expoentes da história cearense e brasileira. 

O Ceará tem uma rica história no tocante a luta contra a escravidão no Brasil. Em 8 de dezembro de 1880, foi fundada a Sociedade Cearense Libertadora, que contava com 225 sócios. Entre esses sócios encontramos grandes nomes de nossa história regional: Maria Tomásia, Papi Júnior, Antônio Bezerra de Menezes, José Correia do Amaral, Isaac Amaral, Joaquim Teles Marrocos, Justiniano de Serpa, Cruz Saldanha, José Albano, Felipe Sampaio, Alfredo Salgado, Carlos de Alencar, Frederico Borges, Francisco José do Nascimento, mais conhecido como "Dragão do Mar", entre tantos outros. Como muitos devem saber, a primeira cidade que libertou todos os seus escravos, foi Redenção, aqui no Ceará, em 1º de janeiro de 1883. E finalmente, em 25 de março de 1884, a escravidão era abolida em toda a Província do Ceará, graças a fortíssima militância abolicionista aqui presente. 

Em pé: Isaac Correia do Amaral, Papi Junior, William Ayres, Abel Garcia, João Cordeiro, Antonio Bezerra de Menezes, Francisco José do Nascimento(Dragão do Mar), Alfredo Salgado – Sentados: Manoel de Oliveira Paiva, João Lopes Ferreira Filho, José Correia do Amaral e Antonio Dias Martins

Toda essa história e o efeito daqueles grandes homens e mulheres, devem ser descritos nas mais belas páginas dos nossos livros de história e da memória popular cearense, assim como, retratado nas telas e esculturas de nossos artistas. Portanto, será que realmente é necessário violar um mausoléu de um homem que jaz morto a tanto tempo? Claramente que não! E sem duvidas que a iniciativa do governador se guia mais por um sentido politico-ideológico do que, propriamente, de apreço a história regional e a cultura popular cearense. Isso fica bem claro em seu discurso altamente demagogo. 

Por toda a parte os partidos e organizações esquerdistas buscam apagar os principais expoentes de nossa história, principalmente, aqueles que lutaram contra a penetração e disseminação do Comunismo no Brasil. Dessa forma, a esquerda encastelada em postos importantíssimos da administração do país e de suas instituições, destacam essas pessoas em seus livros de história altamente fraudulentos, como: ditadores, torturadores, sanguinários, antidemocratas, totalitários e autoritários. Ao passo que difamam e caluniam nas páginas de nossos livros didáticos e da imprensa, todos aqueles que se levantaram contra o Comunismo e seus agentes em nosso país, esse mesmo livro e essa mesma imprensa elevam em pedestais todos os subversivos comunistas dos anos 1920 até as décadas mais recentes, como verdadeiros bastiões da democracia. Nada mais ridículo e hipócrita. 

Que tipo de democratas eram os guerrilheiros da Aliança Libertadora Nacional, da Vanguarda Popular Revolucionária e do COLINA? Que tipo de democratas foram Marighella, Lamarca e outros tantos subversivos que faziam atentados terroristas, assassinavam, torturavam, roubavam e sequestravam, em nome de sua "revolução"? Todos os comunistas daquela época não se intitulavam "democratas", mas sim, "revolucionários". Não firmavam lutar pela democracia, mas sim, pela "DITADURA DO PROLETARIADO". Essas informações são de fácil acesso para qualquer estudioso minimamente interessado em conhecer a verdade histórica desse período. Atualmente, os ditos "revolucionários da ditadura do proletariado" são descritos como verdadeiros paladinos da democracia. Se o Regime Civil Militar de 1964 teve falhas, exageros e erros, isso é inegável. Esses erros devem também serem levados a luz dos fatos históricos sem paixões políticas e ideológicas que prejudiquem tais estudos. Portanto, não há como negar que no Brasil daqueles tempos haviam agentes comunistas compromissados com suas pautas e objetivos subversivos que arriscavam a segurança nacional. Isso também deve ser destacado.

Mas afinal, quem foi o Marechal Castelo Branco?

O Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, nasceu em 20 de setembro de 1897, na cidade de Fortaleza. Foi político e militar brasileiro. Ingressou no mundo das armas através da Escola Militar de Rio Pardo, no Rio Grande do Sul. Em 1918, inscreveu-se na arma de infantaria da Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro. Em 1921, tornou-se aspirante-à-oficial. Em 1923, foi promovido a 1º Tenente do Exército. Ainda nessa patente fez o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais. Ao romper da Revolução de 1930, ingressou como um dos tenentes revolucionários. 

Ao ser promovido a Capitão, fez o Curso da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, na qual se saiu como o primeiro colocado, em 1931. Em 1938, subiu ao posto de Major. Com essa graduação, Castelo Branco fez a Escola Superior de Guerra Francesa, e ao voltar ao Brasil, tornou-se instrutor da Escola Militar do Realengo. Importante posto numa das maiores e mais conceituadas escolas militares daqueles tempos aqui no Brasil.

Já no decorrer da Segunda Guerra Mundial, foi promovido em 1943, ao posto de Tenente-Coronel, e cursou a Escola de Comando e Estado-Maior dos Estados Unidos. Após mais essa formação, foi promovido a Chefe da 3ªSeção da FEB, que nada mais era, que a 3ª Seção de Operações da Força Expedicionária Brasileira. E em missão de guerra, passou exatos 300 dias nos campos de batalha. Muito da vitória militar brasileira na Batalha de Monte Castelo se deve ao grande militar cearense, que era um dos responsáveis diretos dos planejamentos e manobras militares nos combates do setor brasileiro da Campanha da Itália. 

O então Tenente-Coronel Castelo Branco com o uniforme de campanha da Força Expedicionária Brasileira na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial, ao lado de um jeep Willis norte-americano.

Ao voltar para o Brasil, em 1945, já com o posto de Coronel, assumiu a diretor de ensino da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. Na direção do ensino dessa importante instituição militar, remodelou e aperfeiçoou os quadros de estudos e disciplinas da ECEME.

De 10 de novembro de 1952 a 21 de maio de 1954, no posto de General de Brigada, Castelo Branco comandou a 10ª Região Militar sediada em Fortaleza. Logo após, tornou-se comandante da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, entre 1954 a 1956. Posteriormente, tornou-se Comandante Militar da Amazônia, em Belém, de 1958 a 1960; Comandante do IV Exército, em Recife, de 1962 a 1963; e, Chefe do Estado-Maior do Exército, de 1963 a 1964, ano o qual chegou a Presidência da Republica, se tornando o primeiro presidente do Regime Civil Militar de 1964.

Foi condecorado com as seguintes medalhas em sua vida militar:

- Medalha de Guerra

- Medalha de Campanha

- Medalha Cruz de Combate de 1ª Classe

- Medalha Bronze Star

- Medalha de Guerra com Palma

- Medalha Legião de Honra

- Ordem Militar de Malta

- Medalha Legião do Mérito Grau Oficial

- Ordem do Mérito Militar 

- Ordem do Mérito Naval

- Ordem do Mérito Aeronáutico 

- Medalha Marechal Hermes

- Medalha Militar de Ouro com Passador de Platina

- Medalha do Pacificador

- Medalha do Mérito Santos Dumont

- Medalha do Mérito Tamandaré 

- Ordem do Mérito Judiciário Militar 

- Medalha da Abolição

- Medalha Condor dos Andes

- Ordem de Avis

- Ordem de Leopoldo Grã-Cruz

- Ordem da Coroa 

- Ordem Nacional do Mérito


Faleceu em um acidente aéreo em 18 de julho de 1967.

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Com um breve estudo sobre a vida do Marechal Castelo Branco, podemos perceber o grande gênio militar e intelectual que pertenceu as fileiras do Exército Brasileiro. Além de um excepcional militar, foi um herói de guerra da Força Expedicionária Brasileira, que muito contribuiu com a vitória das armas brasileiras e aliadas sobre os exércitos de Hitler e Mussolini, na Campanha da Itália.

Diante de tal fato, surge uma grande ironia do destino. Castelo Branco foi contemporâneo do Fascismo, Integralismo, Comunismo, Nacional Socialismo e todos os demais regimes dos anos 1920 a 1960. Conheceu de perto todos esses regimes e suas doutrinas. Combateu diretamente o regime fascista e o exército alemão ao tempo da Segunda Guerra Mundial. Podemos dizer sem paixões ideológicas e politicas, e sem exageros, que Castelo Branco combateu mais o Fascismo e o Nacional Socialismo, do quê o Sr. Elmano de Freitas junto com todo o seu partido. Aliás, a poucos meses vimos os petistas e toda a esquerda brasileira festejando o encontro entre Lula e o ditador da Venezuela. Da mesma forma que enaltecem regimes de uma doutrinária totalitária, assassina e sanguinária. O que os petistas e toda a esquerda atual chamam de "Fascismo", nada mais é que um espantalho, um meio de fazer aquela "caça as bruxas" que tanto desejam contra seus opositores políticos e ideológicos. Estejam eles vivos ou mortos...

É muito obvio que a esquerda em geral não vai descansar enquanto não lançarem no esquecimento os nome dos nossos grandes escritores, poetas, artistas, inventores, militares, cientistas, professores, políticos, estadistas; não descansarão enquanto não demolirem os últimos monumentos e profanarem seus túmulos. No lugar dos nossos grandes expoentes da história e da cultura nacional, pretendem substituir tudo por uma falsa concepção da história do Brasil; promover uma arte e uma arquitetura vazia; uma educação sem Deus e sem moral. 

"O Nacionalismo é uma posição decisiva para uma nação, sobretudo na época atual".
- Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, ensaio "A Guerra".


Por: Carlos Ribeiro.
Presidente da FIB-CE e Pesquisador-Chefe do Centro de Estudos Gustavo Barroso.

1 Comentários

  1. Castelo Branco foi um ícone da história do Brasil, infelizmente existem grupos cegos por ideologias nefastas que não fazem questão da importância do Brasil, seu objetivo é unicamente o poder pelo poder , uma luta incansável por questões materiais que serão destruídas no porvir.

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